Condomínios de São Paulo têm autonomia para flexibilizar quarentena
05/06/2020Flexibilização da quarentena em condomínios coloca moradores em pé de guerra
11/06/2020Os moradores e colaboradores precisam se sentir amparados e para isso precisam ser ouvidos. A empatia, em falta no mercado durante os últimos anos, deve ser trazida de volta e ser o eixo principal da comunicação, afinal, nada melhor para ser colocado em ação nesse momento em que todos estão no mesmo barco.
Frente a todos esses conflitos e medidas organizacionais que nos tomam o tempo e a mente, o isolamento nos deixou paralisados em relação às assembleias. Duas opções se mostraram possíveis: a realização de assembleias virtuais ou a prorrogação dos prazos de mandato nos casos de eleição de síndico.
Dois episódios que exigem estudo e providências que não são simples de serem tomadas, uma vez que exigem adaptações e procedimentos diferentes daqueles que estamos acostumados a adotar. Além disso, a maior parte das Convenções não prevê a realização de assembleias virtuais ou remotas, o que com certeza veremos nos empreendimentos que surgirem daqui pra frente. É, o mundo dá voltas e tudo está interligado.
A forma de trabalho de muitas áreas sofrerá mudanças durante e após a pandemia, inclusive a nossa. Os Síndicos e os Condomínios terão que se preparar para receber as novas tecnologias, que andam juntas com o desenvolvimento e com as previsões da sociedade do futuro.
O momento tem sido consideravelmente desafiador para nós, Síndicos, e agora numa nova etapa, as solicitações de flexibilização da utilização das áreas de lazer são constantes. Não foi uma decisão fácil suspender o uso das áreas de lazer, pois envolve princípios constitucionais como saúde e a vida, e o direito de ir e vir. Além disso, as Convenções não prevêem como o condomínio deve se comportar diante de uma pandemia.
Dicas de início de flexibilização:
1.decidir de forma democrática e segura, após amplas discussões.
2.se iniciar as liberações comece pelas áreas abertas e ventiladas, como as quadras.
3.Acordar que as reservas de horários devem ocorrer somente para membros da mesma família e que podem utilizar num período determinado.
4.o controle realizado pelo zelador e o porteiro de plantão é fundamental.
5.A academia pode ser o espaço com maior número de pedidos para reabertura. Após a realização de pesquisas, estabelecimento de regras e de termo de responsabilidade, a utilização pode ser liberada. Os horários são reservados e devem ser restritos a membros da mesma unidade, não havendo permissão de entrada de professores. Além disso, pode permitir que o morador reserve apenas um horário por dia, o que impede que os melhores horários sejam monopolizados e que todos consigam utilizar o espaço democraticamente.
6.A higienização das mãos, dos equipamentos e acessórios antes e após o uso são algumas das condições de utilização, e para moradores do grupo de risco o uso dos espaços não é recomendado. Os moradores podem chegar ao consenso de que eles próprios podem realizar a limpeza dos aparelhos da academia, sendo assim, o tempo disponível para o uso do espaço engloba a média de tempo para que seja realizada a limpeza pelo usuário.
7.Os demais espaços como piscina, espaço kids, espaço gourmet e salão de festas podem permanecer fechados.
Prepare-se que os pedidos para reabertura devem ser diários e, assim como todos tem agido desde a instauração da pandemia em nosso país, deve acompanhar as orientações oficiais dos órgãos de saúde, para decidir com segurança a fim de zelar pelo bem estar de todos os integrantes da comunidade condominial.
É muito importante entender que situações novas, como a que estamos vivendo atualmente, nos pegam desprevenidos e exigem uma atuação rápida, dinâmica e adaptada. A COVID-19 é um fato novo, sem precedentes em nosso tempo, então é normal que em um Condomínio existam diferentes opiniões sobre como lidar frente a esta infeliz novidade.
Mas acreditamos que há um bom fruto nascido desta experiência: a democratização de todo o processo, que envolve escolhas tão importantes, e que pode ser feito através de um planejamento e organização segura do Condomínio.
Ainda há muita estrada pela frente na luta contra o coronavírus e, sabemos que ainda virão muitos outros desafios. Contudo, o que podemos garantir é a busca pela imparcialidade, ouvindo e respeitando todos os pontos de vista, colocando em prática uma comunicação empática e eficiente, o que diminuem riscos e faz com que todos se sintam parte da comunidade condominial.
Fonte: Paula C R Oliveira Advogada, fundadora da empresa Ágile Gestão Condominial e Síndica Profissional.
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